Aços patináveis são aços de alta resistência mecânica que, em condições de exposição favoráveis, desenvolvem uma ferrugem aderente e protetora — a patina — que impede a continuidade da corrosão. Isso possibilita seu uso aparente, sem qualquer tipo de revestimento.
Estes aços são enquadrados em diversas normas brasileiras, como as ABNT NBR 5008, 5920, 5921, para produtos planos, e a ABNT NBR 7007, para produtos longos. As normas internacionais mais comuns para estes produtos são a ASTM A588 e BS EN 10025-5.

Como a patina é formada?
Todos os aços estruturais corroem na presença de ar e umidade. A velocidade do ataque depende do acesso do oxigênio, umidade e contaminantes atmosféricos à superfície metálica. A continuidade do processo leva ao desenvolvimento de uma camada de ferrugem que limita o ingresso do oxigênio, água e contaminantes, levando diminuição da velocidade de corrosão. A ferrugem assim formada destaca-se, de tempos em tempos, da superfície metálica, e o ciclo de corrosão começa novamente.
O início do processo de corrosão sobre os aços patináveis se da do mesmo modo, mas, devido à composição química peculiar destes aços, a camada de ferrugem adere firmemente sobre o substrato, e é muito menos porosa.
Vantagens da utilização
As principais vantagens dos aços patináveis são:
– Pequena manutenção: A inspeção periódica é a única manutenção requerida para garantir o desempenho da estrutura. Aços patináveis são especialmente úteis em locais onde o acesso é difícil ou perigoso;
– Menor custo inicial: O ganho na eliminação da pintura supera em muito o pequeno custo adicional destes aços;
– Menor custo, ao longo da vida útil: A pequena manutenção futura reduz em muito os custos diretos e indiretos de manutenção;
– Velocidade de construção: O cronograma da obra é reduzido, pois as operações de limpeza de superfície e pintura, efetuadas no fabricante e após a montagem, são eliminadas;
– Aparência atraente: a patina possui uma coloração e textura agradáveis, que melhoram com o tempo;
– Benefícios ambientais: não exigindo pintura, não há liberação na atmosfera de solventes orgânicos danosos ao ser humano e meio ambiente;
– Segurança ocupacional: problemas relativos a saúde dos trabalhadores que aplicam a pintura inicial e as subsequentes, ao longo da vida útil da edificação, são evitados.
Limitações de uso
Aços patináveis são, de modo geral adequados ao uso sem revestimento, na maior parte dos locais. Existem, entretanto, exceções:
– A exposição a altas concentrações de íons cloreto, originados da névoa salina oceânica, dificulta a formação da patina protetora. A natureza higroscópica destes sais mantém a superfície do ado continuamente umedecida. De modo geral, aços patináveis não devem ser utilizados em estruturas situadas a distância inferior a 3 km da região de arrebentação costeira, a menos que se garanta que a deposição de cloretos seja sabidamente inferior a 300 mg/m²/dia;
– Ciclos de umedecimento/secagem são essenciais para a formação da patina protetora. Onde, por alguma razão, isto não ocorre, a velocidade de corrosão destes aços passa a ser semelhante aquela observada nos aços estruturais ao carbono. Exemplos incluem componentes de ado patinável permanentemente imersos em agua ou cobertos por vegetação;
– Aços patináveis não devem ser utilizados sem proteção em atmosferas industriais altamente poluídas com dióxido de enxofre. 0 limite de concentração de SO2 atmosférico, para a utilização destes aços, de 250 ug/m³ de ar. Deve ser ressaltado que esta é uma concentração muito elevada de SO2, raramente encontrada.
Estruturas fabricadas em aços patináveis deverão utilizar parafusos ASTM A325 tipo 3, isto é, parafusos patináveis. Estes parafusos já são produzidos no Brasil. O uso de parafusos ASTM A325 tipo 1, galvanizados a quente ou não, poderão ser utilizados em ambientes da baixa agressividade, devendo seu uso ser evitado em ambientes de média ou alta agressividade, pois, neste caso, haverá o desenvolvimento de uma pilha galvânica entre os componentes estruturais.
Fonte: CBCA



